terça-feira, 20 de março de 2012

Sobre esse amor incondicional

É difícil fazer este tipo de post, aliás, nunca imaginei que escreveria algo nesse sentido. Porque, até 2005, eu achava que sentiria amor incondicional depois que me tornasse mãe. Mas não, Deus (ou tia Sil) antecipou o destino e me deu esse presente maravilhoso, essencial. É pensando nela que deixo de lado todas as minhas angústias, amarguras e preocupações e vejo quão simples pode ser a vida.

Com sua forma inocente e ingênua, muitas vezes, a Jujuba me ensina a cada dia uma nova lição, seja quando ligo dizendo que estou com saudade ("Se você estivesse mesmo com saudade de mim, viria aqui me ver"), quando queremos conversar coisas sigilosas e de adultos ("Eu sei que vocês estão falando de fulano, não precisa falar baixo não, porque eu estou escutando, ta?"), quando fica com raiva, emburra e logo volta fazendo carinho, quando chego cansada, com fome, querendo dormir e ela pede, toda meiga, para tirarmos fotos ("Vamos tirar fotos no seu celulá?").

E com esse jeito temperamental ao extremo ela me ensinou que nós somos fruto daquilo que fazemos por merecer. E pode acontecer o que for, eu sei que lá em São Roque, em algum lugar da casa (sim, porque esconde-esconde faz parte das nossas brincadeiras), eu vou encontrar o carinho, o sorriso, a gargalhada e o amor mais sincero que pode existir.

Eu achava que o termo "alma gêmea" era destinado a casais, algo bem romântico, mas ela também mudou o meu pensar. Lembro-me perfeitamente de um domingo, faltando apenas uma semana para a Juju nascer que eu disse que meu sonho era que ela viesse moreninha e com os cabelinhos pretos e arrepiados. E, muito honestamente, fico arrepiada até hoje ao lembrar da chegada dela na casa da vovó e do vovô. Enquanto muitos estavam surpresos com a diferença entre ela e a irmã, eu só pensava: "Ela veio assim, do jeitinho que eu imaginava, do jeitinho que eu queria".

O tempo passou e hoje posso dizer com toda certeza que ela continua sendo o meu grande amorzinho. Minha miniatura, claro. Só eu sei a alegria que sinto quando vejo que minha menininha tenta me imitar, vestir as mesmas roupas, prender o cabelo igual. Alegria maior foi o dia que ela me ligou e disse: "Voçê sssabia ki é mia alma gêmia?"

Esta última vez que fui para São Roque, embora triste e decepcionada com alguns acontecimentos, foi surpreendente. Enfrentando alguns problemas, quem é que está dando mais apoio para a gente? Ela, a Juju.

E ao, vir embora, ela me entregou essa "catinha", para que eu me lembrasse da "lembança" linda que fez. Defintivamente, tia Sil acertou em cheio trazendo para mim esse amor maior, esse sorriso, esse mini-ser que me enche de orgulho por sermos tão iguais, fisicamente e internamente.


Eu eu prometo que ainda vou convencer seu pai e sua mãe de deixar você colocar o "pici" no umbigo. E sim, você vai ser minha daminha quando eu casar. A Rô não vai esquecer isso não. E pronto final.


* Pronto final é uma expressão inédita, criada pela Ana Júlia e dita repetidamente nos momentos de nervosismo, que são muito frequentes. E isso é a junção de "ponto final" e "pronto", que ficou pronto final. O que quer dizer? Chega!





2 comentários:

  1. Que bom que você gostou do meu poema Mude.
    Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
    Que, aliás, não é de Clarice Lispector.
    Se puder, veja o poema todo, assim como o vídeo e o livro Mude, publicado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra, e à venda nas maiores livrarias.
    Detalhes em http://Mude.blogspot.com
    Para o poeta, o importante é encantar o coração do leitor. Mesmo que este suponha ter sido encantado por Clarice Lispector.
    Flores e estrelas...


    Belas fotos!

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