sexta-feira, 6 de abril de 2012

A tradição da Semana Santa


Venho de um lugar em que a Sexta-feira Santa é um dia de paz interior, respeito e silêncio. Esse era o único dia do ano em que não podíamos correr quando éramos crianças e muito menos ouvir música alta. Pensando bem, sinto até saudade disso tudo. Na Quinta-feira (que é santa sim), íamos para a celebração de lava-pés, fazíamos uma pequena vigília depois e íamos para casa mais quietos. Na madrugada da sexta-feira, minha mãe nos acordava para irmos na vigília, em que cada família ficava por 15 ou 20 minutos na Igreja. O Cristo não podia ficar sozinho. E na minha casa essa vigília sempre caía às 4 horas da manhã. É óbvio que eu ia emburrada, louca para voltar logo. Não tomávamos café da manhã, porque o dia pede jejum. Na hora do almoço, tinha a torta capixaba, mas não podia comer muito. Minha mãe sempre me livrou de ir na celebração das 15 horas, porque sabe que eu não gosto desse dia, porque é triste e sombrio.

Hoje, as pessoas perderam o respeito. Fazem churrasco nesse dia e vão até para micareta. As tradições estão perdidas. Muitos veem esse "feriado" como uma oportunidade de viajar e se divertir. Atualmente, sou bem menos apegada à Igreja, comparando com os anos anteriores. Mas, acordei cedo, fiz minha reflexão e estou em jejum. O dia continua sendo sombrio, ao meu ver, é claaro, como quando eu era menininha.

Esse é um momento também de pensarmos. Se é uma época de jejum e penitência, porque o almoço de hoje é tradicionalmente a torta capixaba, feita de bacalhau, que é um ingrediente super caro? Por que compramos tantos ovos, dos mais variados que existem, se devemos nos privar de tudo que gostamos?

É tradição, eu sei. Mas, não é porque eu não sei essas respostas que vou deixar esse costume familiar. É assim que eu cresci e assim que eu quero que seja com meus filhos.


Por fim, SEMANA SANTA NÃO É FERIADO. É reflexão, análise de consciência, oração, adoração, penitência. 

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