terça-feira, 29 de maio de 2012

Tocando corações: a história de um jovem que cantou e encantou uma cidade

O dia está diferente, o sol está estranho e há um clima de vazio. Foi impossível acordar hoje sem algumas lembranças fortes sobre um dos momentos mais tristes que já vivi em São Roque. E oito anos depois, as pessoas ainda se recordam e sensibilizam. Abaixo, coloco uma matéria que fiz com a mãe de Danilo na época de faculdade. Como foi difícil fazer essa matéria...

Tocando corações: a história de um jovem que cantou e encantou uma cidade

Era uma tarde de sábado do dia 22 de maio de 2004. Danilo José Zanetti saiu de casa e, na volta, sofreu um acidente que deixa marcas não só na estrada em que o carro capotou, mas em todos que o conheciam. A notícia que chegava no domingo era bem direta: “a situação está complicada”. O município se calou e o cenário só mudou, com o choro, uma semana depois.

No aniversário de Danilo, a mãe, Sidnéia Milotti, vai ao cemitério e faz de conta que está indo visitá-lo. Ela diz que é o local em que ela se sente em “paz”. O dia das mães? Ela diz que ainda tem o que comemorar porque tem outro filho, mas confessa que as datas comemorativas perderam o sentido, porque a falta que ele faz é grande.

Ela conta que ainda guarda objetos do filho. Quando aperta a saudade, olha com muita ternura e às vezes chega até a sentir o cheiro dele. "Dói de tanto medir a distância, saber que não vou te tocar além da lembrança", reproduz esta mãe que tanto emociona, fazendo referência à música “No céu com diamantes”, de Beto Guedes.

Seis anos depois, o teclado de Danilo permanece onde ele deixou. Sobre as músicas que ele cantava, a mãe dispara: “Cada vez que ouço uma música gostaria que fosse ele que estivesse cantando. É a sua voz que eu queria ouvir, então fecho os olhos e o imagino tocando.”

A mãe diz que Danilo proporcionou alegrias e emoções à família. “Ele viveu 18 anos "tocando" nossos corações. Por isso, tenho certeza de que sua missão aqui na Terra era semear amor e emoções. E isso ele conseguiu”, orgulha-se. Quando perguntada do que mais sente falta, as aspas respondem: sinto falta “dele”.

A mãe conta que viveu a semana em que o filho esteve internado com uma esperança infinita de que ele ficaria bom e que conseguiria levá-lo para casa. Ela nunca pensou que o pior pudesse acontecer. Hoje, ela é uma mãe mais apreensiva, porque tem medo de reviver o drama e, ainda, admite não ser mais uma mãe alegre.

Danilo estava no auge dos 18 anos e a mãe tinha planejado o melhor possível para ele. Quando estava em coma, a família recebeu a notícia de que ele havia passado no vestibular de Odontologia. “É como se ele tivesse deixado um diploma. A gente sempre conversava a respeito. Odontologia foi uma decisão dele e, provavelmente, hoje estaria formado”, destaca Sidnéia.

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