domingo, 28 de março de 2010

O que já está em mim!

Tá bom, admito, fiquei dias e mais dias reclamando da falta de tempo, da pressão da faculdade e dizendo que precisava de sossego (a dizer ir para a casa dos meus pais). Eu precisava me desligar de tudo em Vitória e ter um tempo para mim, para ficar com meus pais, primos, amigos, fazer coisas que sinto muita falta, dormir, comer a comida da mamãe (ah, a comida da mamãe). É, porque existem coisas que nada pode comprar. E o que meus pais me proporcionam não tem preço algum.

No sábado, ainda esperando a hora de viajar, vejo passando em frente à Ufes duas viaturas do Corpo de Bombeiros com sirene ligada e tudo, logo após uma outra viatura da Guarda Civil Municipal e também da Polícia Militar. Tirar o celular do bolso foi automático. Entre meio à dúvida de não saber o que havia acontecido realmente e o pensamento de quem estaria no plantão do Jornal me contive por alguns segundos.

Os olhos jornalísticos começaram a borbulhar. Acho que já assumi a personalidade de repórter (que meu mestre/orientador disse que alguns só assumem com o tempo) e não conseguiria sair dali sem uma resposta. Chegou um ponto que já não consigo mais ver algo sem imaginar se viraria uma notícia. Sei que tenho as duas personalidades: a de uma menina louca, temperamental, paranóica, emotiva, baladeira, mas muito frágil também; e a de uma quase repórter, com três anos de jornalismo.

Eu tinha certeza que iria encontrar algo pelo caminho que justificaria a passagem daquelas viaturas. E foi o que aconteceu assim que eu vi que duas ambulâncias do Samu e a fileira de carros parados. Um acidente entre um fusca e um outro carro bem velho acabou com uma pessoa presa entre as ferragens e outras duas feridas fora os veículos. Minha vontade era descer, ir lá apurar, fazer uma senhora matéria digna de capa. Mas o máximo que as circunstâncias me permitiram foi mandar um torpedo para um repórter.

Como eu já disse em outro post, quem sabe eu ainda não tenho coragem de descer e viver realmente o que a profissão me exige?

ps: Nada chama mais atenção de um projeto de jornalista do que uma ambulância do Samu!

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