Minha encomenda

O Dia das Mães está chegando e não existe época que me deixe mais sentimental do que essa. Não sei se é pela comemoração em  si ou se tem algum motivo extra. Na verdade, eu sei que tem. Porque desde que me mudei para Vitória rola aquela dor no coração nessa época..

Mas, maio continua sendo um mês lindo: o mês das noivas, o mês das mães. E hoje lembrei de tantas coisas que minha mãe me ensinou e que tornaram-se, para mim, meus princípios morais, mesmo sendo bem simples: nunca falar algo no ouvido de alguém se tiver uma terceira pessoa por perto, porque é falta de educação; sempre oferecer o lugar para os mais velhos; nunca gritar com ninguém; nunca negar água e comida para ninguém [que ironia do destino, não?]; ouvir os mais velhos; estudar para não depender de marido no futuro; não aceitar ajuda de estranhos, "não aceitar bala de desconhecidos [quando lembranças dela conversando isso comigo]...

O tempo passou e os conselhos não estão muito diferentes: ela insiste em dizer para eu só pegar táxi conhecido; não andar sozinha na rua à noite; não aceitar bebidas que quem não conehço...

Enfim, como é bom saber que quem muda sou eu e não ela. Porque eu é quem tenho que evoluir. Ela foi moldada como encomenda, foi feira para mim.