A gente ouve falar em negligência e logo pensa em casos de
morte e grandes erros, medicação errada e tal. Mas, e quando a negligência é
fruto de algo que não foi feito?
Dois dias antes de ser internada, dia 19 de setembro, no
final da tarde, fui para o Centro Integrado de Atenção à Saúde (CIAS – UNIMED),
com febre e fortes dores renais. Lá, vi pessoas com gripe, dor de garganta e
afins sendo consultadas e medicadas, enquanto eu, tonta de dor, ficava me “contorcendo”
e chorando (literalmente) de dor. Depois de muito reclamar e quase armar
barraco, fui atendida.
Um médico seco, frio, que não teve o mínimo de cuidado de
encostar em mim, chamado Antônio Tadeu Neves (anotem o nome para nunca caírem
nas mãos dele), pediu apenas um exame de urina, mandou eu tomar remédio na
veia, viu o resultado do exame, disse que eu estava com uma infecção muito
forte, que meu corpo está horrível e que eu precisava muito emagrecer. Ok, eu
sei, mas não fui lá por questões de estética.
O maravilhoso médico [só que não] receitou um antibiótico de
R$ 268 e me liberou. Comecei a tomar o remédio no dia seguinte (quinta-feira,
20 de setembro). À noite, febre de 39,7º, muita dor (MUITA MESMO) vômito e
sangue na urina. No dia seguinte, não consegui sequer me arrumar para ir ao
trabalho.
Marquei um Urologista, o primeiro e mais próximo que vi na
lista telefônica da Unimed, doutor Sandro Moreira. Ao chegar lá, a frase
assustadora: “Você precisa ser internada imediatamente”. Ao mesmo tempo, ele
mostrou-se estarrecido pelo fato de o tal médico [porteira] não ter pedido
nenhum exame a mais para ter mais detalhes sobre a infecção. E ainda há quem
critique a saúde pública.
Que desespero. Não há como definir a sensação de saber que
você precisa ser hospitalizada e não ter seus pais ao teu lado para darem todo
o apoio necessário. Então, começamos (eu e a avó do meu namorado) a luta pelo
hospital (particular). Passei em casa, coloquei algumas roupas na mala e fui.
Santa Rita? Sem vaga. Apart? Sem vaga. Cias? Sem vaga!
A solução foi ir para Colatina às 20h40 da noite. Chegando lá,
a internação aconteceu em menos de vinte minutos.
E aí vêm os aprendizados desses dolorosos dias, no outro
post!