Hoje eu estou meio cult sem muito o que fazer. Li vários jornais inteiros, blogs de política e adiantei alguns trabalhos da faculdade. Um dos blogs que li, o Mala jornalística me fez pensar o dia interiro
Porque assim, as pessoas acham que é uma maravilha você encarar vários presuntinhos por dia. Dizem que adoramos uma tragédia, que corremos atrás dela feito urubu. Ninguém gosta de noticiar e presenciar tantas coisas ruins, como desabamentos, acidentes e assassinatos. Ninguém gosta de ver o sofrimento das pessoas. Ninguém aqui torce para que aconteçam coisas ruins.
Segue o post, fantástico por sinal:
"Sim, há quem acredite que jornalista não é gente, não tem sentimentos, não sofre, não chora, não se sensibiliza a caminho de uma pauta nem reflete a existência quando retorna dela. Especialmente em situações de tragédia. Então, eu olho essa catástrofe que se abateu sobre o Haiti e enquanto penso no sofrimento da população desprovida de tudo ainda arrumo tempo para perceber jornalisticamente os fatos, como alguns dos meus colegas de profissão devem fazer.
Cobrir o momento trágico do outro não é fácil para ninguém, como já discorri em um post antigo chamado O jornalista e a tragédia, contudo é um trabalho que precisaria ser feito por alguém de qualquer maneira. O que a mídia faz, mais modernidade exista nos meios, é o famoso leva e traz típico de seres humanos comuns só que em proporções gigantescas, devido ao alcance e a penetração. Isso parece óbvio, entretanto, há os que custam entender e os que jamais entenderão.
Lembro uma época em que o jornalismo do mundo girava em torno da “guerra no Iraque” e minha mãe fez uma pergunta provocativa enquanto assistíamos o noticiário na tevê: “Filha, se você fosse chamada para fazer uma cobertura assim, nesse país, você iria?”. Respondi positivamente, para seu desespero materno. Eu posso dizer que não sei exatamente o que existe nessa profissão – e que nada tem a ver com o ego, embora a batalha de egos seja uma companhia diária também – e impulsiona a situações assim sem pudores ou medos, que apenas costumam aparecer com o trabalho dado por encerrado. É estranho e meio mágico.
Ainda acredito que o tal fazer jornalístico seja a vontade de ajudar, de ser um canal entre pessoas, mergulhadas no próprio achismo e na ilusão, e a realidade. Jornalista não é dono da verdade e nem sempre tem a liberdade que deseja para trabalhar com ela. Mas falar disso agora seria sair do meu momento ideológico e cair no calabouço do mercado de trabalho. De modo que deixarei o tema reservado para outro papo."
Cobrir o momento trágico do outro não é fácil para ninguém, como já discorri em um post antigo chamado O jornalista e a tragédia, contudo é um trabalho que precisaria ser feito por alguém de qualquer maneira. O que a mídia faz, mais modernidade exista nos meios, é o famoso leva e traz típico de seres humanos comuns só que em proporções gigantescas, devido ao alcance e a penetração. Isso parece óbvio, entretanto, há os que custam entender e os que jamais entenderão.
Lembro uma época em que o jornalismo do mundo girava em torno da “guerra no Iraque” e minha mãe fez uma pergunta provocativa enquanto assistíamos o noticiário na tevê: “Filha, se você fosse chamada para fazer uma cobertura assim, nesse país, você iria?”. Respondi positivamente, para seu desespero materno. Eu posso dizer que não sei exatamente o que existe nessa profissão – e que nada tem a ver com o ego, embora a batalha de egos seja uma companhia diária também – e impulsiona a situações assim sem pudores ou medos, que apenas costumam aparecer com o trabalho dado por encerrado. É estranho e meio mágico.
Ainda acredito que o tal fazer jornalístico seja a vontade de ajudar, de ser um canal entre pessoas, mergulhadas no próprio achismo e na ilusão, e a realidade. Jornalista não é dono da verdade e nem sempre tem a liberdade que deseja para trabalhar com ela. Mas falar disso agora seria sair do meu momento ideológico e cair no calabouço do mercado de trabalho. De modo que deixarei o tema reservado para outro papo."
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