sexta-feira, 10 de junho de 2011

Volta e meia as pessoas - incluindo eu própria - reclamam desses novos ônibus, que são adaptados para pessoas com deficiência física. Os argumentos são vários: eles ocupam muito espaço, o coletivo ficam muito tempo parado para eles subirem, enfim, são poucas as pessoas que param para analisar a fundo a situação. O que mais me intriga é que quem deveria se queixar são as pessoas que cuidam desses "cadeirantes", mas fazem o contrário: é admirável o carinho e amor que eles têm um pelo outro.

Fui almoçar com minha mãe hoje, estava muito atrasada para o meu estágio. Depois de perceber que o ônibus estava há mais de 2 minutos parado, comecei balançar as pernas e respirar fundo, nervosa, imaginando que fosse um engarrafamento. Só percebi que era uma criança na cadeira de rodas quando ouvi aquele barulhinho.

O menino, que não aparentava ter mais de 15 anos, de cabelo raspadinho, tinha defiência física e, aparentemente, mental. Ele gritava muito e alto. Os passageiros riam, reclamavam, faziam cara feia. A mãe? Ah, a mãe! Essa sim me emocionou. Ela ajeitava a cabecinha dele [que, às vezes, caía para o lado], fazia carinho e dizia: "Calma, meu amor, já está chegando, filho".

Estou pensativa até agora com isso. Talvez eu tenha ficado muito emotiva por ter ficado um pouquinho com minha "irmã quarentona". Imagina o quanto essa mãe luta com esse menino? Eu via cansaço nos olhos dela [e na palma das mãos, quando ela foi mexer na roupa dele], mas percebi que ela nutre um amor incondicional por aquele filho. Ela o ama do jeito que ele é. Lindo, fantástico e mágico isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário