terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Querido Papai Noel

Impressionante como nossos pensamentos e emoções mudam com o passar dos anos. Eu era o tipo de menina que na véspera de Natal e de Páscoa, saía pulando no meio do mato, com um pratinho na mão, à procura de capim para o coelhinho e o cavalinho do Papai Noel. 

Um dia, minha prima riu da minha cara, dizendo que eu era muito burra de acreditar que essa galera existia. "Quem compra os presentes e o ovo é a nossa mãe, sua tonta". Aos prantos, fui questionar minha mãe, que disse que eles existiam sim.

Em 1997 [é isso mesmo, eu nunca vou esquecer], enquanto ela espalhava enfeites de Natal pela casa, insisti, até que ela disse o que eu tanto temia: "É verdade, Papai Noel não existe". E quer saber? Fiquei arrasada! Achava que o sentido da época havia acabado.

Aí veio o Natal de 2007, que foi o mais triste da minha vida, porque tinha um tom de despedida, uma vez que eu viria morar em Vitória nos próximos dias. No almoço, foi um chororô danado, muitos conselhos e presentes para quem iria morar sozinha. Chorei igual a uma criança e vi que pior do que saber que o Papai Noel não existe é saber que eu não era mais criança.

Ok, comecei a estagiar e, em 2009, cheguei em São Roque na véspera de Natal e voltei no outro dia cedo. Para mim, parecia mais um final de semana qualquer. Foi aí que me dei conta de que, bem particularmente, as festas de final de ano representam tristeza e separação para mim.

Me formei e comecei a trabalhar e, desde que entrei na faculdade, eu sabia que mais cedo ou mais tarde o meu Natal seria longe da minha família. E eu quis continuar. E eis que eu me vejo empregada [Graças a Deus] e precisando deixar meus familiares reunidos em plena festa. Chorei, mas me dei conta de que isso é um sinal de que eu cresci e que em 2011 o velhinho foi tão generoso comigo, que eu não poderia me dar ao direito de fazer alguma reclamação.


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