sábado, 16 de abril de 2011

Nessa nova fase, ela deixa um pouco de lado aquela Fachetti turrona, orgulhosa e reclamona. Está, sim, admitindo, que é uma menina/mulher como outra qualquer. Que sente saudade, medo, tem carências, precisa de colo, é dengosa, tem vontade de gritar, mas também gosta de passar horas tomando Coca-cola com gelo e soltando boas gargalhadas. Que gosta de abraçar apertado, de morder, de implicar. Que é insegura, viciada em internet sim, ansiosa mais do que deveria. Que não tem nada que sente mais falta no mundo do que os pais. Que sente saudade de passear de mãos dadas com a mãe, de pular na barriga do pai, de fazer chantagens emocionais. Que adora passar o domingo inteiro paparicando as primas. Que gosta de andar na lama, de arder no sol, de ir para boate, churrascos e cachoeiras. Que defende o pai até a morte, que chora todo domingo à noite, que acha que não existe nada que se compare à comida da mamãe, feita com todo carinho. Que lembra com saudade das vezes que brincou de casinha com a prima, que briga igual cachorro e gato com o irmão. Que precisou aprender na marra a se virar sozinha e foi obrigada a cortar o cordão umbilical. Que só pinta a unha da mão com esmalte vermelho. Adepta à progressiva, complexada com o quadril largo. Que está virando gente grande, com todas as aflições e agonias. Que vive mais o futuro do que o presente. Que tem medo de perder as pessoas que mais ama. Que se preocupa demais com a opinião dos outros. Ou ama ou odeia. Que detesta pagode, barzinho e funk.

Quer sair com ela? Chame-a para boate. Ama yakissoba e todas as comidas que não são saudáveis. Tem amidalite, pelo menos, de dois em dois meses. Já perdeu pessoas que amava muito e sabe que isso acontecerá de novo diversas vezes. Já acreditou muito no amor e em promessas, criou expectativas e se decepcionou, mas mesmo assim não desistiu. Já ouviu a frase: "Quanto maior o voo, maior o tombo" e não levou a sério. Já quase perdeu pessoas que amava muito e precisou lutar por elas. Já prometeu coisas que não cumpriu, já ficou entre a razão e o coração e fez a escolha errada, já ficou de castigo, já levou esporro em público. Já apagou números de celular da agenda, mas não adiantou muito porque sabia de cor. Adora fazer pirraça e bico. Gosta de ser bajulada. Tem um book de 15 guardado na gaveta. Já foi gordinha do cabelo cacheado e já chorou por amor.

Acha graça onde não tem. Complica o simples. Sonha em ter um casamento feliz e ter filhos gêmeos. Sabe diferenciar muito bem perdão e desculpas. É uma boba que, sempre antes de dormir, olha debaixo da cama e fecha as portas do guarda-roupa. Tem o joelho estragado e cristais nos rins. Muito temperamental, com mudanças constantes de humor. Que tinha medo do fofão. Desde criança, nas viagens de família, pergunta: "Pai, tá chegando?". Gosta de ficar morena, mas não suporta ficar esticada no sol. Tem manias de pré-adolescente. É mimada ao extremo. Acha que o pai é um príncipe e ainda é vista como um bebê dentro de casa. Distraída. No calor, gosta de frio; no frio, gosta de calor. Que consegue chorar e rir ao mesmo tempo. Que ainda acha que as pessoas são música. Que vai ser jornalista. Que já precisou deixar as pessoas que ama para traz por uma questão de marra, responsabilidade, sonho ou por ter limites. Que "acorda arrependida, mas não dorme com vontade". Que adora surpresas. E que, apesar de tudo, sempre vai continuar acreditando no amor!

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